quinta-feira, maio 04, 2006

Dólares e Canhões

Costuma-se dizer que na Guerra não há vencedores. Ideía até confortável, pois nos é repulsiva a idéia de que esse exercício de exaltação dos mais baixos instintos humanos seja bom para alguém. A realidade, porém, não se incomoda com a nossa repulsa.
Os negócios da indústria bélica já chegam à casa dos trilhões. As recentes ameaças do terror alavancaram esse setor, no qual as 100 maiores empresas possuem rendimento equivalente ao PIB dos 61 países mais pobres - segundo declaração do Cardeal Renato Martino, presidente da Pontifícia Comissão Justiça e Paz.
Dada a situação, tais empresas têm um poder de fago avassalador - em todos os sentidos possíveis -, podendo, até mesmo, gerar e incitar guerras para benefício próprio. É assustador pensar que isso pode estar acontecendo agora.
São, porém, poucas as alternativas existentes, dentro de uma postura de respeito aos príncipios da democráticos e liberais, para impedir tal conjuntura, supostamente perigosa. Manter um monopólio estatal é realmente perigoso, democraticamente ofensivo e economicamente falho. Semelhantemente, restrições só concentrariam ainda mais o poder dos grandes, os tornando maiores e esmagando os pequenos, contrapeso político - econômico. A solução é pior que o pretenso problema. Mas, que problema?
Médicos ganham com a doença, advogados com o crime, seguradora com o desastre. A função de todos é respeitada e bem-vista, querem o bem. Também não o poderia querer o fabricante de armas? Nos diz Sun Tzu: "o verdadeiro objetivo da guerra é a paz".