sábado, setembro 03, 2005

Sobre Rodos e Garrafas

A partir da próxima segunda-feira a Polícia Militar vai "apreender" (roubar) o material de trabalho dos lavadores de pará-brisas - isso se não for necessário detê-los - aqueles que ao fechar o semáforo, avançam em direção aos carros na tentativa de vender seus serviços.
Isso é coisa da Secretaria de Defesa Social, preocupada tão somente em não aborrecer a classe média, constantemente assaltada e perseguida pela sua incompetência. Nunca, nem eu nem meu pai, fomos coagidos por limpador nenhum. Já os limpadores, que lavam antes de perguntar, é que sempre se dão mal, recebendo muitas vezes cinco centavos ou nenhum junto com esporros e ameaças de agressão que já presenciei. Nunca vi um lavador de pará-brisas nem cobrando o seu serviço, esperam apenas a boa vontade dos motoristas.
Falam que os lavadores muitas vezes assaltam (!) as pessoas. Ora se isso acontece é ladrão, não lavador e usa arma ou força, não rodo e garrafa. Da mesma forma não pode se confundir um vendedor com um estelionatário.
A única "razão" (desculpa) é a de que isso "constrange" (chateia) a classe média e que praticamente se é forçado a receber o serviço. Opa, então vamos tirar os telefones daqueles telefonistas que nos chateiam e muitas vezes impedem até que cancelemos algum serviço, enquanto contas rolam e nosso nome chafurda na lama. Então vamos mandar deter os desgraçados que nos mandam cartões de créditos, os quais é um inferno cancelar, justamente pelos telefonistas. Mas eles representam grandes empresas. E os trabalhadores de rua só a ele mesmos e suas famílias...