sexta-feira, maio 05, 2006

Rumo a Lugar Nenhum

Os antigos gregos já cantavam e suspiravam uma certa Idade de Ouro. A esperança de um mundo melhor está presente em várias culturas e filosofias. Seja em uma era profética, no pós-morte ou logo ali; esse sonho é norte de muitos, por aí traçam sua vida e rumam.
Quando não embasados em fé e nem calcados em uma realidade sobrenatural, mas apenas explicando-se (ou tentando se explicar) em termos de raciocínio lógico e mundo material esses sonhos são reconhecidos, pelo bom senso, como utopias. Utopia significa "lugar nenhum", e é sinônimo de uma perfeição inalcançável.
Acreditar - mesmo sabendo falso - e caminhar é, costuma-se argumentar, pelo menos progredir e chegar mais perto do ideal, da perfeição. Porém, não há de ser perfeito se não é; já se carrega o tremendo defeito de não existir.
É, então, a utopia uma mentira, e a mentira é variedade, é porta larga (assim como a verdade é unidade, porta estreita), cada enganado vai para um lado, mas todos caem em abismo. E é conhecidamente falsa; segue então que seus apologistas são perversos por seguirem propositalmente a mentira e, ao mesmo tempo, insanos por caminharem, também propositalmente, rumo a lugar nenhum.
É isso que vemos, esses camaradas são capazes de mentir, acreditar na mentira, e chorarem por ela! Pela mentira de um mundo mais livre, o ferro da guilhotina desceu indiscriminadamente; pela mentira de um mundo mais justos contam-se os mortos aos milhões; pela de um mundo mais belo outros tantos.
Antes a cruel realidade que a insana crueldade dos "sonhadores".

quinta-feira, maio 04, 2006

Dólares e Canhões

Costuma-se dizer que na Guerra não há vencedores. Ideía até confortável, pois nos é repulsiva a idéia de que esse exercício de exaltação dos mais baixos instintos humanos seja bom para alguém. A realidade, porém, não se incomoda com a nossa repulsa.
Os negócios da indústria bélica já chegam à casa dos trilhões. As recentes ameaças do terror alavancaram esse setor, no qual as 100 maiores empresas possuem rendimento equivalente ao PIB dos 61 países mais pobres - segundo declaração do Cardeal Renato Martino, presidente da Pontifícia Comissão Justiça e Paz.
Dada a situação, tais empresas têm um poder de fago avassalador - em todos os sentidos possíveis -, podendo, até mesmo, gerar e incitar guerras para benefício próprio. É assustador pensar que isso pode estar acontecendo agora.
São, porém, poucas as alternativas existentes, dentro de uma postura de respeito aos príncipios da democráticos e liberais, para impedir tal conjuntura, supostamente perigosa. Manter um monopólio estatal é realmente perigoso, democraticamente ofensivo e economicamente falho. Semelhantemente, restrições só concentrariam ainda mais o poder dos grandes, os tornando maiores e esmagando os pequenos, contrapeso político - econômico. A solução é pior que o pretenso problema. Mas, que problema?
Médicos ganham com a doença, advogados com o crime, seguradora com o desastre. A função de todos é respeitada e bem-vista, querem o bem. Também não o poderia querer o fabricante de armas? Nos diz Sun Tzu: "o verdadeiro objetivo da guerra é a paz".