sábado, novembro 05, 2011

Ainda não sei falar

Há quantos anos não escrevo. E como hesito agora em voltar a fazê-lo. Muitas coisas se passaram desde a última postagem, que foi, aliás, uma redação feita para o estudo do vestibular. Embora ainda não tenha conseguido terminar o curso que comecei, estou agora casado, com duas filhas e morando em Brasília.

Revelo que foi uma redação feita às pressas para tentar me redimir da culpa por texto tão ruim. Mas a verdade é que, se muito mudou, continua verdade que eu sou ainda uma criança - e não sei falar.

sexta-feira, maio 05, 2006

Rumo a Lugar Nenhum

Os antigos gregos já cantavam e suspiravam uma certa Idade de Ouro. A esperança de um mundo melhor está presente em várias culturas e filosofias. Seja em uma era profética, no pós-morte ou logo ali; esse sonho é norte de muitos, por aí traçam sua vida e rumam.
Quando não embasados em fé e nem calcados em uma realidade sobrenatural, mas apenas explicando-se (ou tentando se explicar) em termos de raciocínio lógico e mundo material esses sonhos são reconhecidos, pelo bom senso, como utopias. Utopia significa "lugar nenhum", e é sinônimo de uma perfeição inalcançável.
Acreditar - mesmo sabendo falso - e caminhar é, costuma-se argumentar, pelo menos progredir e chegar mais perto do ideal, da perfeição. Porém, não há de ser perfeito se não é; já se carrega o tremendo defeito de não existir.
É, então, a utopia uma mentira, e a mentira é variedade, é porta larga (assim como a verdade é unidade, porta estreita), cada enganado vai para um lado, mas todos caem em abismo. E é conhecidamente falsa; segue então que seus apologistas são perversos por seguirem propositalmente a mentira e, ao mesmo tempo, insanos por caminharem, também propositalmente, rumo a lugar nenhum.
É isso que vemos, esses camaradas são capazes de mentir, acreditar na mentira, e chorarem por ela! Pela mentira de um mundo mais livre, o ferro da guilhotina desceu indiscriminadamente; pela mentira de um mundo mais justos contam-se os mortos aos milhões; pela de um mundo mais belo outros tantos.
Antes a cruel realidade que a insana crueldade dos "sonhadores".

quinta-feira, maio 04, 2006

Dólares e Canhões

Costuma-se dizer que na Guerra não há vencedores. Ideía até confortável, pois nos é repulsiva a idéia de que esse exercício de exaltação dos mais baixos instintos humanos seja bom para alguém. A realidade, porém, não se incomoda com a nossa repulsa.
Os negócios da indústria bélica já chegam à casa dos trilhões. As recentes ameaças do terror alavancaram esse setor, no qual as 100 maiores empresas possuem rendimento equivalente ao PIB dos 61 países mais pobres - segundo declaração do Cardeal Renato Martino, presidente da Pontifícia Comissão Justiça e Paz.
Dada a situação, tais empresas têm um poder de fago avassalador - em todos os sentidos possíveis -, podendo, até mesmo, gerar e incitar guerras para benefício próprio. É assustador pensar que isso pode estar acontecendo agora.
São, porém, poucas as alternativas existentes, dentro de uma postura de respeito aos príncipios da democráticos e liberais, para impedir tal conjuntura, supostamente perigosa. Manter um monopólio estatal é realmente perigoso, democraticamente ofensivo e economicamente falho. Semelhantemente, restrições só concentrariam ainda mais o poder dos grandes, os tornando maiores e esmagando os pequenos, contrapeso político - econômico. A solução é pior que o pretenso problema. Mas, que problema?
Médicos ganham com a doença, advogados com o crime, seguradora com o desastre. A função de todos é respeitada e bem-vista, querem o bem. Também não o poderia querer o fabricante de armas? Nos diz Sun Tzu: "o verdadeiro objetivo da guerra é a paz".

domingo, março 05, 2006

Vivendo e Aprendendo

Aulas. É sempre interessante observar como pipocam comunistas nos grandes colégios de alta classe média. Se há algum acerto em Marx, com certeza é quando diz que o capitalismo fomenta a própria destruição. A burguesia paga bons salários a professores que incitam nos estudantes o ódio a ela e ao sistema que permitiu seu progresso. Enquanto isso os papais da classe média sempre estão dispostos a pagar para que seus pimpolhos aprendam a jogar no mato os valores que embasaram a nossa civilização e dos quais deveriam ser os mairoes defensores.
Tremendo desgaste diário Os professores vermelhos atacam cada um de seu lado: de História aclamam Marx como o gênio que soube redesenhar a perspectiva pela qual víamos o passado; de Geografia se referem aos EUA como Grande Satã; de Português recomenda a leitura de Caros Amigos como revista séria e neutra; de Biologia nos mostra toda a riqueza da natureza e conta uma história para nos convencer que tudo vem de uma evolução cega.
Algumas vezes a coisa é tão séria que parece ser problema de sanidade mental: um professor de Matemática quis nos mostrar que tudo era relativo através da soma 1 + 1 - ele disse que era 2, mas podia ser 10 (binário)!
Um professor porém alerta: "Não se envolvam com o que estão estudando. Isso que vocês vêem aqui, vocês não vêem por ser verdade. Vocês vêem porque é disso que vocês precisam, é isso que eles esperam de você."
O estudo deixou de ser um tributo à verdade, de ser instrumento para a nossa perfeição. Agora é oleiro que nos molda para nos acomodar em algum canto.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Não sou eu

"Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?... Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, pois, de um lado, pelo meu espírito, sou submisso à lei de Deus; de outro lado, por minha carne, sou escravo da lei do pecado."(Rm 7, 15-26)

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Orem por nós

Peço a todos que puderem ler isso, rogarem ao Deus de Jacó por mim e pelos que prezo.
Obrigado, que Jesus também interceda a favor de vocês junto ao Pai.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Um menino nos nasceu

- Diz o Salvador "eu sou o pão da vida".
Senhor, o pão nosso de cada dia nos dai hoje
Não nos falte senhor tua Suprema Onipotência, tua Suma Sapiência nos guie, se reacenda em nós O Primeiro Amor.
Espírito Santo, que como semeaste do céu no ventre de Maria o Salvador, também desça às nossas almas ali deitando a mensagem do Cristo.

Que como veio ao mundo o Messias, do ventre da Virgem, também brote novamente Sua Verdade, de nossa alma, para os irmãos do mundo.
Doce Jesus, louvado seja Teu nome, que entendamos cada vez mais que o Natal não é mais uma festa mundana, uma data comercial ou tampouco uma data para fazer festa e comer quitutes ao lado das tias. Que entendamos que o Natal não é nosso, Senhor. O Natal é teu.
Senhor tampouco somos nossos, somos Teus.
Mas nem ser queremos, Senhor, seja em nós.
Amém

sábado, dezembro 17, 2005

Crime e Castigo

"Em resumo, eu concluía daqui que todos os indivíduos, não só os grandes, como também aqueles que se afastassem um pouco da vulgaridade, isto é, também aqueles que são capazes de dizer qualquer coisa de novo, teriam a obrigação, pela sua própria natureza, de serem infalivelmente criminosos. (...) Se necessitarem, para bem da sua idéia, de saltar ainda que seja por cima de um cadáver, por cima do sangue, então eles, no seu íntimo, na sua consciência, podem , em minha opinião, conceder a si próprios a autorização para saltarem por cima do sangue, atendendo unicamente à idéia a ao seu conteúdo, repare bem."

Raskólhnikov, estudante hipocondriáco e assassino de duas velhinhas.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Cecê

O deputado estadual e pastor Clayton Collins (PSC) foi intimado a prestar esclarecimento sobre discriminação sexual por uma promotora da capital - Maria da Glória Gonçalves.
Isso por criticar a lei do prefeito João Paulo (PT) que garante aos "casais homossexuais" direito à pensão em caso de morte de um parceiro, segundo o JC.
Primeiro - Ele tem, e tinha na época, a imunidade parlamentar que lhe assegura a inviolabilidade da liberdade de expressão.
Segundo - Como ele é deputado estadual só poderia ser notificado pelo procurador-geral de Justiça.
Mas é incrível como tudo isso é nada, quando se trata de defender essa pederastia que conspurca nossa sociedade ...
Quando será que chega minha intimação?

terça-feira, dezembro 13, 2005

Fiúza e as Frases Infelizes

Alberto Goldman recentemente lembrou algumas singelas palavras de Dirceu. O Zé, ao defender a cassação de Ricardo Fiúza em 1994, disse que o que era público e notório não precisava de provas.
Frase infeliz de Dirceu. Mais infeliz foi a menção do "falecido Fiúza" que Goldman fez - o pepista ainda estava vivo. Agora, porém, já não respira conosco.
O Diario não perdoou o "ainda nem enterrado" Fiúza, assim como a Veja não perdoou Brizola. Lembrou que votou contra as Diretas, a favor de Collor e foi acusado de corrupção. Os comentários do tipo "é uma grande perda", "foi uma figura coerente" ficam por conta dos políticos e sua diplomacia.
Porém, mais um comentário no mínimo bizarro aparece. ACM ao comentar a morte:
"Foi uma perda essencial para a política brasileira"
Nos deixa sem saber se foi uma malévola ironia ou uma tremenda burrice.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Olé,

Debate sobre as touradas. Cada lado pior que o outro.

Os defensores das touradas defendiam espetáculo como legítima manifestação cultural, não merecedor, portanto, de condenação.
Os defensores dos touros qualificavam o espetáculo como covarde e sugeriram várias vezes que o toureiro enfrentasse o touro na unha.
Os dois grupos pecam ao pretender a igualdade. Um, a igualdade entre todos os homens e culturas, outro a igualdade entre o homem e os outros elementos da natureza.

domingo, dezembro 11, 2005

Redação

Cerca de 20 dias sem escrever, não vou contar no calendário. Agora que voltei, peço licença para fazer uma breve análise sobre mim e esse blog.

Deixei de escrever após levar um zero em Redação, mais precisamente em uma introdução e uma conclusão feitas a um texto já existente. Ponderei se eu conseguia passar minhas idéias de forma clara, ponderei se eu tinha idéias claras por muito tempo. Cheguei a publicar esse texto aqui, mas o retirei em seguida.
Fiquei um pouco chocado, mas não foi exatamente isso que me fez parar de escrever. Eu simplesmente comecei a reparar nos que faziam comentários aqui no meu blog. Pensei: esses camaradas realmente precisam do que eu estou escrevendo?
Sempre quis ter alguém que conseguisse me levar aonde eu não poderia chegar sozinho. Sempre tive o desejo de ter alguém mais inteligente e mais velho do que eu me ajudando, sempre quis algo próximo de um mestre. No meu desespero tudo que consegui foi um professor de educação física do PSTU.
Mais tarde vim perceber que provavelmente não ia conseguir isso. Assim que me livrei do socialismo e comecei a formar minhas próprias idéias comecei a virar o jogo e os desejos. Olhei meu irmão mais novo, olhava os mais jovens ou até meus colegas e comecei a querer mostrar-lhes o que eu tive que ver sozinho.
Comecei a escrever o "Pulo do Tamanduá" com essa finalidade. Nunca estive mais longe disso, nenhum dos que conheço me visitam, nenhum dos que aprenderiam algo comigo estão aqui.
Dada a realidade, mudei meus objetivos. Agora esse blog é meu, das letras e dessas cabeças privilegiadas. Eu o usarei somente com o objetivo de desenvolver as minhas idéias através das feras que permeiam esse Cerrado e pagar o tributo que todos os que enxergam devem à Luz.
E ver se tiro uma notinha melhor em redação...
De qualquer forma peço desculpas àqueles que, porventura, vieram a se incomodar com a minha ausência.
Louvado seja Deus.

domingo, novembro 20, 2005

Viciado

Onde vai parar a ortografia informal dos bate-papos virtuais? No jornal!
Elio Gaspari, Agência O Globo
"A política de Palocci e de sua ekipe (sic) é ruinosa."

sábado, novembro 19, 2005

Tarifas II

O Brasil adora copiar o que vem de fora mesmo, e pega cada exemplo...
Entusiasmado pelos protestos da França os estudantes mais uma vez limitam seus papéis em protestos a desordem, confusão e caos, ao invés de estar sugerindo, propondo e discutindo formas de resolver o problema, agindo de maneira a cumprir o papel intelectual que a sociedade espera deles.
A solução, como sabem todos, insinuei eu e apontou Erickson, é a desburocratização do sistema de transporte com o fim do "cartel de tarifas" e a entrega desse serviço nas mãos da iniciatica privada. Dessa forma a competição permitirá a cada um escolher o que lhe convém fazendo a razão entre a qualidade e o preço, extinguirá algumas pragas pelo movimento natural da economia e impulsionará os empresários a investirem no negócio produzindo redução de custos ou melhoria do serviço.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Tarifas

Um dia desses foi anunciado um possível reajuste nas tarifas de ônibus aqui da Região Metropolitana de Recife. Logo a notícia virou fato e a cidade virou um caos; alguns jornais chegam a gritar que é guerra no centro. Quando voltava para casa, a pé, vi três ônibus, pichados e com os vidros totalmente destruídos, dos trinta que os manifestantes depredaram só hoje. Comércio fechado, trânsito parado, pessoas são feridas, outras tantas passam mal.
Quando pequeno nunca entendi porque havia tantas empresas de ônibus e todas cobravam o mesmo preço. Quando comecei a ouvir falar de cartel pensei que fosse isso, achei um absurdo, na maior cara-de-pau, como seria possível? Mas depois entendi que é coisa do governo quando quer ajudar a população...
João Paulo de Lima, nosso querido prefeito ajudou a consolidar esse monópólio praticamente tirando as Kombis, que pipocaram do natural movimento da economia, de circulação. Esse momento lembra-me Clóvis Corrêa (PRONA), o amigo dos kombeiros, lembra-me também que ele vai ser candidato a governador e que entre alguns amigos de Jarbas e outros de João Paulo estou sem ter em quem votar... ...