Os antigos gregos já cantavam e suspiravam uma certa Idade de Ouro. A esperança de um mundo melhor está presente em várias culturas e filosofias. Seja em uma era profética, no pós-morte ou logo ali; esse sonho é norte de muitos, por aí traçam sua vida e rumam.
Quando não embasados em fé e nem calcados em uma realidade sobrenatural, mas apenas explicando-se (ou tentando se explicar) em termos de raciocínio lógico e mundo material esses sonhos são reconhecidos, pelo bom senso, como utopias. Utopia significa "lugar nenhum", e é sinônimo de uma perfeição inalcançável.
Acreditar - mesmo sabendo falso - e caminhar é, costuma-se argumentar, pelo menos progredir e chegar mais perto do ideal, da perfeição. Porém, não há de ser perfeito se não é; já se carrega o tremendo defeito de não existir.
É, então, a utopia uma mentira, e a mentira é variedade, é porta larga (assim como a verdade é unidade, porta estreita), cada enganado vai para um lado, mas todos caem em abismo. E é conhecidamente falsa; segue então que seus apologistas são perversos por seguirem propositalmente a mentira e, ao mesmo tempo, insanos por caminharem, também propositalmente, rumo a lugar nenhum.
É isso que vemos, esses camaradas são capazes de mentir, acreditar na mentira, e chorarem por ela! Pela mentira de um mundo mais livre, o ferro da guilhotina desceu indiscriminadamente; pela mentira de um mundo mais justos contam-se os mortos aos milhões; pela de um mundo mais belo outros tantos.
Antes a cruel realidade que a insana crueldade dos "sonhadores".